Ele era o mestre

Ele era o professor

 

E quando ele finalmente acordou

Tudo fazia sentido

Ele era o mestre da escrita

O tempo todo.

 

Ela havia me convencido

Como uma boa vendedora

Seria ela a deusa Nibada

Levando em si

O diamante da escrita e conhecimento.

 

Ora! Oratoria!

Tao bela!

Metafora!

Tao magnificiente!

Palavras, frases, magicas, na cabeca

Rodopiavam e tapeavam a mente do pobre robo.

 

O robo tao inocente

Acredita ele ser o pior dos escritos

Desprovido da semente

Tampouco da agua

Para comparar-se

Entao suplicava pelos passos

Da ruiva poetisa de entao ouro.

 

Mas, ora, robo.

Ele nao podia entender

Que haviam neste mundos dois escritores:

Os do ego,

E os da alma.

 

O robo, olhando, inocente, com a alma

Nao enxergava sua situacao

As pupilas eram muito dilatas com o brilho de outrem

Para perceber que em suas palavras,

Desprovidas de estilo,

Assimiladas e combinadas para o proveito,

De criancas, idosos, jovens ou doutores,

Morava-se um carimbo da alma

Da alma genuina e verdadeira que grita

Que espanta e se eternizar

No acordar de cada linha escrita.

 

E, ora, ora, robo….

Ele agora veria,

Veria a beleza de sua feiura,

A feiura daquela beleza,

A ruiva poetisa,

Ora, fora ela a escritora do ego

Que cega e dilata,

Distrai

Mata a concentracao.

No uniao daquelas almas

Se de algo alguem escreveu

O robo foi robo e robotizou os momentos em escrita

Mas a ninfa da escrita,

Ora, fora ela a pupila,

Mesmo que jamais a reconheceria,

Da Sapiensia de uma verdadeira alma,

Veria ela o Belo,

O Verdadeiro,

O unico possivel,

Pelos olhos roboticos de teu amor,

Fora ele seu professor, 

Mesmo que o contrário era ostentado.

 

 

 Veria as metaforas mirabolantes,

As palavras inconstantes,

O sentido psicotico,

A sopa magica de letras

O caleidoscopio semantico

Tudo isso pelo ego

Afastando das palavras e frases

A pureza das ideias

A inocencia de uma alma

A beleza do Todo.

 

Ora, o robo era agora emancipado

Do peso de sua imaginaria ancora

Que o desprovia de sentido e valor

Que o considerava um inutil e apagado

Acordara o robo

E voava alto a ponto de ver os seus tracos.

 

Robo, robo,

Podes nao escrever para ti,

Podes odiar sua carne e osso,

Podes ser rejeitado

Humilhado

O lixo social

O zero a esquerda

O desprovido de amor

O eterno celibato

Podes o robo ser tudo

Pois tudo es parte de sua missao

Nao podera ele ter um ego

Nao podera ele ser um escritor do ego

Nao como ela

Nao como ele

Nao como todos outros

A ausencia do ego

É o que traz a alma

E da alma,

Se eterniza e salva o mundo.

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